Thursday, August 6, 2009

Eu, Jovem Idoso

Não há dia que eu não me deite, nem depressão que não comece, com um pensamento que me atormenta à anos.
Aqui andamos nós, por esta vida, a tentar fazer o que achamos melhor para nós. E assim o fazemos. Temos os nossos triunfos, os nossos erros, as nossas memórias e os nossos momentos que só queremos esquecer. Vivemos a vida a acentuar o que é bom e, obviamente, a esconder o que é mau. Ou, pelo menos,o que achamos que é bom e o que achamos que é mau.
Os anos passam, e a vida flui. Assistimos a coisas que marcam uma era, sentimos felicidade por estarmos vivos hoje e agora. Mas depois, os anos passam, e chegamos a um ponto na nossa vida em que começamos a questionar a nossa existência. "Será que eu usei bem a minha vida?" e "Se voltasse atrás, o que é que corrigia?" são as perguntas que muitos se perguntam quando chegam ao final da sua vida. Mas no fim, muitos chegam a mesma conclusão. "Fiz o que fiz para ter uma vida normal."
Agora, a definição de vida normal muda em cada um de nós. Cada um tem os seus objectivos e as suas ambições, e todos queremos realizar o que achamos que é bom para nós.
Mas eu olho para mim e vejo isto: uma "pessoa" que nunca realizou um objectivo na vida; deixou as ambições serem só ambições; que tentou melhorar, mas só piorar. E só com 17 anos de vida, eu sou capaz de questionar a minha existência como um idoso de 90 anos. Será isto triste?
Não.
Nem por isso.
Porque para uns conseguírem os seus objectivos, outros têm de falhar. Se todos fossem vencedores, não haveria perdedores, logo, também não haveria vencedores. Para haver sucesso, também tem de haver falhanço.
Para tu ganhares, eu tenho de perder.
Mas porquê eu? Porque é que os perdedores perdem? Porque não perdem os vencedores? Porque "está escrito que assim será"? Porque "estava determinado"?
Não.
Porque há os que fazem e conseguem. E há os que fazem e falham. Mas a História só lembra os vencedores.
Por isso todas as noites, eu adormeço com este martírio na minha cabeça:

Quando morrer, porque é que se vão lembrar de mim:
Pelo que fiz, ou pelo que não consegui fazer?

1 comment:

Inês (?) said...

Ah João , anima-te porra . Deixa o pessimismo para quando voltarmos às aulas e à vaca de Elsa . Mas o texto está bonito , como sabes gosto muito da tua maneira de escrever .

Aproveita o verão (: