Monday, October 5, 2009

O Lago

Hoje sentei-me á frente de um lago. Um lago grande, fundo e calmo. Perante certas imagens, a nossa cabeça começa a comparar o que nós somos com o que nós temos á nossa frente. E assim aconteceu.
Um grande lago, a minha vida, estava calmo, dócil, triste. Os peixes, os acontecimentos que fazem as águas do lago mover, não estavam em lado nenhum. Não se viam, pois eles não aconteciam. Não havia nada que fizesse a minha vida andar, mover, vibrar.
Atirei uma pedra para dentro do lago, fiz um esforço para que a minha vida vibrasse. A pedra fez a água vibrar, mostrando o meu esforço, mas rapidamente, as vibrações que o meu esforço causaram desapareceram, deixando o lago outra vez quieto e só.
De repente, percebi o que tinha de fazer.
Eu precisava de algo que fizesse as águas do meu lago moverem, constantemente, para que eu nunca mais ficasse triste e só. Procurei tudo e nada, o que conhecia e nunca irei conhecer, durante dias, meses, anos. O tempo necessário foi o que eu gastei, e finalmente encontrei o que procurava.
Um repuxo.
Este repuxo é diferente para todas as pessoas. Tem vários nomes e diferentes impactos. Muitos têm mais que um repuxo, porque assim ditou a sua busca. Passei por vários, durante a minha busca. Repuxos de todos os tipos, como a Riqueza, a Saúde, a Fidelidade, a Confiança, a Beleza, a Inteligência e o Talento.
O meu repuxo chama-se Amor, e eu coloquei-o mesmo no meio do meu lago.
Agora, os peixes saem do seu esconderijo e andam em volta do repuxo, fazendo-me viver os momentos-chave de uma vida. Também me foi dado por uma amiga um pequenino repuxo chamado Talento, que fica no seu canto, a mover as suas águas.
E sinto-me feliz, pois o meu lago já mostra vida e movimento.
Agora pergunto:

Qual é o teu repuxo?

Saturday, October 3, 2009

Introspecção

Que faz um homem quando o caminho que ele percorre se torna difícil demais? Quando os obstáculos se renovam, apesar de já terem sido ultrapassados? Quando o suposto companheiro do caminho se mostra como apenas mais um obstáculo difícil de transpor?
O homem sensato desiste. Ele sabe que o caminho se tornou demasiado penoso, por isso afasta-se, reconhecendo a sua derrota. Não sente remorsos, pois sabe que fez o que devia ter feito, e fica contente por não ter feito mais nenhum erro.
O homem presistente continua. Ele sabe o que esta á sua frente mas, mesmo assim, insiste em tentar. Quando o obstaculo o derruba, ele levanta-se e tenta outra vez. E assim continuará até que um destes finais aconteça: Ele consegue ultrapassar o obstáculo e segue em frente até ao próximo, mantendo a mesma perseverança e confiança apesar de,pouco a pouco, começar a ficar afectado.
Ou, ele nunca consegue passar o obstáculo, fazendo com que ele fique preso para sempre a combater uma batalha que não vai ganhar.
O homem calculista analisa. Ele observa o que o trava no seu caminho, pensa, calcula, formula. Ele constrói um plano solido para ultrapassar esse obstáculo. E consegue. No entanto, ele perdeu demasiado tempo. Tempo precioso que não vai recuperar. Um dia, ele percebe que perdeu muito tempo e começa a formular uma maneira de o ganhar de volta. Ao fazer isto, ele gasta todo o tempo que lhe resta. Irá afastar-se do caminho arrependido, mas convencido que fez o que podia.
O homem ingénuo adia. Quando um obstaculo se apresenta, ele coloca-o as costas e segue, carregando com o obstaculo e as suas consequencias. E assim faz sempre, até ao dia que os obstaculos o sobrecarregam e deixam o homem de joelhos, fazendo-o sair do seu caminho, para um outro caminho, supostamente mais rapido para chegar ao seu destino, mas que apenas é mais rapido para o afastar.
Que faz o homem quando as escolhas são inúmeras e dolorosas, mas que possuem o poder de alterar o seu caminho? Que faz o homem quando esta rodeado de dor? Que faz o homem quando os seus companheiros do caminho o deixam sozinho? Que faz o homem quando a felicidade saiu do seu caminho à muito?
Ele aguenta e continua, sempre com a esperança de voltar a ter uma razão para caminhar o seu caminho.
No entanto, ele sabe, bem no fundo do seu ser, que não vale a pena.

Thursday, September 24, 2009

Para ti, que me dás felicidade

Todos os dias te vejo, e apesar disso, nunca me deixo de espantar. Descubro sempre algo em ti que me deixa... Não sei, mas faz-me sentir... feliz.
Olha para mim, que já escreveu sobre tanto e tão pouco, e tu consegues-me fazer ficar sem palavras. Se calhar devia tirar a foto tua que tenho no meu telemóvel. Mas não consigo. Mesmo assim, se não estivesse a olhar para ti, estaria a pensar em ti. Nos teus olhos, nas tuas bochechas, no teu cabelo... És um templo de beleza, sabedoria, força e simpatia.
Quando estou contigo, as minhas preocupações desaparecem. E quando não estou, elas concentram-se em ti. A tua voz cativa-me, hipnotiza-me. Podes fazer de mim o que quiseres, pois eu sou teu servo e tu és a minha princesa.
És o meu apoio.
A minha perdição.
A minha única fã.
O meu pedaço de Paraíso no meio deste Inferno.

És a minha estrela,
a minha inspiração.
És o anjo a quem pertence
o meu coração.

Sunday, September 20, 2009

Bloqueio de um Escritor

Sento-me na minha mesa, maquina de escrever á minha frente, á espera da inspiração. Que historia irei eu agora contar? Ajusto a folha da maquina e começo:
"A historia do cavaleiro valente que..."
Arranco a folha da maquina. Não, isto de nada serve.
Ponho outra, ajusto-a e recomeço:
"O conto do rapaz que sofria de amores e..."
Arranco a folha outra vez. Nada de novo, isto já foi feito tanta vez.
O desespero começa a assentar. Não há nada mais doloroso do que um bloqueio de escrita. A sensação de estar preso ao ar livre, sentir a respiração ofegante apesar de ela estar normal quando se tenta pensar, a fúria de querer saber quem colocou uma rolha nos meus pensamentos. E para quem vive a escrita como eu, é como se o cérebro tivesse desligado, desmaiado, letárgico. A agonia de querer desabafar com a folha e não conseguir.
Há quem faça de tudo para passar este estado. Cabeçadas na parede, correr, ouvir musica, cantar... Tudo óptimas soluções. No entanto, comigo não funcionam. Não sei porquê. Nem quero saber. São os pequenos mistérios da nossa vida que lhe conferem interesse.
Levanto-me e saio para a rua. Não vale a pena forçar de mim o que não vai sair. Dou uma volta. Vejo o que já vi, ouço o que sempre ouvi. E inspiro-me no que sempre me inspirei. Tu.

Tu és a minha inspiração, meu anjo.

Friday, September 11, 2009

O Meu Mundo

Lá vens tu, outra vez, a correr para mim.

De todas as vezes que o fizeste, imagino sempre o que não vai acontecer. O que eu queria que acontecesse. Imagino que me vais pedir conforto, carinho, compreensão, um porto seguro onde possas desabafar os teus desastres em miniatura, um par de braços que sempre estiveram abertos para ti, mas que só agora reparaste, aquele que sempre te apoiou e se dispôs a curar, quando viesses a mim, com o teu coração cicatrizado nas mãos.

Claro que as consequências de sonhar em pleno dia são óbvias. Desde desilusão a depressão, que são coisas que não são novas para mim.

Vens-me pedir ajuda em qualquer coisa trivial. Desde sempre que quero dizer que não, estou farto de ser teu escravo, fartei-me de te dar o que é meu.

Mas nunca consigo.

Não sei se são os teus olhos, brilhantes e doces, ou as tuas bochechas, coradas e fofinhas. Não sei se é o teu cabelo, não muito longo e não muito curto, simplesmente perfeito e lindo, ou os teus lábios tentadores e suaves, que os meus olhos fazem questão de seguir cada movimento.

Mais uma vez, aceito fazer o que queres que eu faça. Ajo inconscientemente, como se o teu pedido fosse a razão da minha existência, a razão de eu estar aqui.

Agora que tens o que queres, vais embora. E eu caio em mim, e fico sem norte. Não sei o que fazer, pois como já não tens ordens para mim, não passo de um corpo vazio, desprovido de uso e função. Podias guardar-me no teu armário até voltares a precisar de mim outra vez.

Claro que, se for eu a precisar da tua ajuda, do teu auxílio, tu não estás disponível para mim. Nas alturas que eu preciso de uma amiga, de uma mão no meu ombro, de um abraço, de uma palavra amigável, tu não podes, pois, aparentemente, estás muito ocupada a respirar ou a andares para longe de mim.

Sempre que isso acontece, penso no refrão de uma musica, que podia servir como letreiro de boas-vindas da minha alma, como a frase definidora da minha vida ou como as palavras a escrever na minha lápide:

Welcome to my world,

Where everyone I ever need

Always ends up leaving me alone.

( Baseado na música "My World" dos Sick Puppies )

Tuesday, August 25, 2009

Registo incompleto de uma memória ainda por viver.

Não sei como é que me encontraste aqui, (...), visto que há mais que uma (...) nesta escola.
Mas ainda bem que me encontraste, pois vou aproveitar para colocar um (...)nesta palhaçada.
Tu sabes o que se diz ai de mim. Até deves saber (...) que eu não sei. Saberes o que sabes não te dá o direito de pensar que (...) a minha dor. Dizes que também já (...) , e eu acredito em ti. Mas o que sofreste não está no mesmo nível que a minha dor. Todos temos (...) de adolescente, e é um facto provado que os adolescentes são o tipo de pessoa mais (...) que existe.
A diferença entre nós, minha princesa, é que tu aprendeste ao veres, enquanto eu aprendi por ser o alvo. Grande m(...), não é?
Agora, antes que te ponhas a (...) e confortar-me, ouve-me até ao fim.
Eu sempre te considerei a minha melhor (...), sempre te achei diferente. Eras um caso a parte. Resumindo, não eras (...) como o resto das (...) de merda que andam por ai.
Mas só agora percebi uma coisa.
Eu confiava em ti cegamente. Fiz tanta (...), defendi-te de tantas (...), dei-te coisas... Só faltava ter de (...) alguém que te andasse a (...) o juízo.
Essa minha confiança em ti é um perigo. Pois a pessoa que mais confiamos é a que mais baixamos a guarda.Logo, é maior o risco de me dares uma (...) nas costas. E eu já tenho as costas cheias de facas de outros.
Por isso, meu anjo, de que vale andar a chuva com um guarda-chuva roto, quando posso ficar debaixo de uma (...)? Uma protecção chamada "Solidão". De certeza que ninguém me f(...) assim.
Prefiro estar sozinho do que ter de andar a olhar por (...) do meu ombro a vida toda."Mais vale só que mal acompanhado."
O silencio e a solidão não me traem.

E isso é uma certeza de quem já em ti confiou e (...).

(...)/09/2009


Thursday, August 6, 2009

Eu, Jovem Idoso

Não há dia que eu não me deite, nem depressão que não comece, com um pensamento que me atormenta à anos.
Aqui andamos nós, por esta vida, a tentar fazer o que achamos melhor para nós. E assim o fazemos. Temos os nossos triunfos, os nossos erros, as nossas memórias e os nossos momentos que só queremos esquecer. Vivemos a vida a acentuar o que é bom e, obviamente, a esconder o que é mau. Ou, pelo menos,o que achamos que é bom e o que achamos que é mau.
Os anos passam, e a vida flui. Assistimos a coisas que marcam uma era, sentimos felicidade por estarmos vivos hoje e agora. Mas depois, os anos passam, e chegamos a um ponto na nossa vida em que começamos a questionar a nossa existência. "Será que eu usei bem a minha vida?" e "Se voltasse atrás, o que é que corrigia?" são as perguntas que muitos se perguntam quando chegam ao final da sua vida. Mas no fim, muitos chegam a mesma conclusão. "Fiz o que fiz para ter uma vida normal."
Agora, a definição de vida normal muda em cada um de nós. Cada um tem os seus objectivos e as suas ambições, e todos queremos realizar o que achamos que é bom para nós.
Mas eu olho para mim e vejo isto: uma "pessoa" que nunca realizou um objectivo na vida; deixou as ambições serem só ambições; que tentou melhorar, mas só piorar. E só com 17 anos de vida, eu sou capaz de questionar a minha existência como um idoso de 90 anos. Será isto triste?
Não.
Nem por isso.
Porque para uns conseguírem os seus objectivos, outros têm de falhar. Se todos fossem vencedores, não haveria perdedores, logo, também não haveria vencedores. Para haver sucesso, também tem de haver falhanço.
Para tu ganhares, eu tenho de perder.
Mas porquê eu? Porque é que os perdedores perdem? Porque não perdem os vencedores? Porque "está escrito que assim será"? Porque "estava determinado"?
Não.
Porque há os que fazem e conseguem. E há os que fazem e falham. Mas a História só lembra os vencedores.
Por isso todas as noites, eu adormeço com este martírio na minha cabeça:

Quando morrer, porque é que se vão lembrar de mim:
Pelo que fiz, ou pelo que não consegui fazer?

Sunday, July 12, 2009

A Verdadeira Queda Emocional

Mais uma vez, aquela sensação atinge-me. Aquela sensação de estarmos a cair,mesmo estando quietos com os pés na terra. Cada um dos meus falhanços na vida se fez seguir com esta sensação, como se a minha tristeza toma-se conta de mim e me fizesse atirar de um precipício abaixo. Sinto-me a espernear, a gritar com toda a força dos meus pulmões, as minhas mãos a agarrar o ar, em desespero puro, enquanto caio de costas para o chão... Chão esse que nunca atinjo,pois, de repente, a sensação pára, eu volto a realidade, e o buraco no meu peito aumenta.
E sempre assim foi. Ate hoje. Hoje, uma certa parte do meu dia, uma revelação chocante, uma conversa nada animadora, uma dor diferente do que alguma vez senti, mas que trouxe aquela sensação de volta. E eu caio... Mas agora é diferente... Eu caio, mas não tento resistir... Simplesmente caio, de costas, esticado, em silencio. Em paz.
De repente, uma voz passa pela minha cabeça. Essa voz doce, fofa como uma nuvem de algodão doce, que eu ouço com toda a atenção da minha mente pela primeira vez. "Só amigos... só amigos... nada mais..."
Lágrimas escorrem pelos meus olhos, e o meu corpo vira no ar, fazendo-me ver pela primeira vez o chão... Está perto o suficiente para o ver, mas ainda longe. Longe não é bom agora. Quanto mais longe, mais tempo eu ouvirei aquela voz. Um anjo a condenar-me ao nível mais fundo do inferno.
Eu estico-me completamente na horizontal, junto os braços a frente, numa posição de mergulho. Começo a ganhar velocidade, o chão aproxima-se, a voz fala mais alto. Já consigo ver a cor do solo, preto como a dor no meu peito. O meu coração bate mais forte, consigo ouvi-lo na minha cabeça. A meros segundos de o meu corpo se tornar um com o chão, eu grito, com toda a minha energia e emoção:

"Este meu coração suplica pelo teu amor!!!!"

Sunday, June 28, 2009

Brilliant Conclusion

I was in the car, passing by a forest that was on the side of the road. I looked at the mass of trees, just confusing themselves with each other, all looking the same, all in the same position. Then, suddenly, something different caught my eye in that sea of copies. An old oak tree was standing in the middle of all the others. Just standing there, small and dry, because the other trees were higher, making it hard for the little oak tree to get some water when a heavy cloud passed by. The oak was alone, abandoned in a sea of equal trees. Some of those trees seemed to bend towards the oak, and when the wind blew, they slapped the oak with their branches, over and over again. Looking back at that image, I saw my life in the past few years. Some would say that this is a depressing thing to think of. I can't afford to think that way. Because if I already live like that, if I thought like that, I would surely go insane with the pain. So I see that image as a reminder. A reminder that, while they might be hitting me with their branches, they are all the same. They are copies, useless copies made by a society of mass production of high quality bullshit. They have all these fucked up beliefs, and anyone different must die. They all say they are the best. At what? Ass-kissing? Being fucked up jerks? Fuck yeah, you're good at that. But me... No, I have to be an outcast, just because I can reason properly. People say that in a world full of blind people, the one with one working eye is king. Well, where's our crown? Where is the crown for us, people with a fucking working brain? Oh yeah, that's right, you have it. Because, apparently, being dumb and equal is the way to go these days. Well, I'm sorry, but I was born with personality, and I intend to keep it above your mindless fashions and trends. How can the mindless idiots rule over us? Why are they like this? Who gave them the power? Why them?

Meanwhile, my best friend was watching me, feeling the change in my eyes.
"What's wrong?" she asked, out of curiosity.
"Nothing... It's just..." I started.
"What?" she replied, impatient as always.
I took a deep breath, and looked ahead at the dark road we were passing by, that ended in a pitch black tunnel. Then I said:

"This life just scares me to death."

Thursday, June 25, 2009

Not Like the Rest

I can't take this anymore
You've crossed the line.
But I kept coming back for more,
Like you hurting me was fine.

But it isn't!
And will never be!
This vicious circle will continue
Until you see...

That I'm not like the rest.
How long will it take for you to see?
That i'll love you until
My last breath comes out of me.

I'm not the best.
I'm not cool.
All I am is myself:
A loving fool.

You're the missing piece
In this puzzle called "my life".
My heart can't keep dancing for you
on the tip of the knife.

No more hiding what I'm feeling,
I'll scream to the world that I'm right here!
I'll take the biggest risk in my life.
There is no more time to fear.

Wednesday, June 10, 2009

Derradeira Despedida

Não. Não vás. Não me abandones neste desespero. Tu és o meu único amparo. Foste tu que me fizeste viver até agora. Tu deste-me forças quando eu não as tinha. Apaziguaste a dor no meu peito. Não vires costas agora. Dá-me mais uma hipótese. Porque tu? Porque hoje?

E porquê agora? Porque não antes? Esperavas mesmo que acontecesse alguma coisa? Foi por isso que vieste? Para dizeres “Fizemos o que pudemos, mas já não vale a pena”? Eu não vejo as coisas da tua maneira. Quem diz que já acabou? Temos de tentar, temos de insistir, temos de fazer tudo, o possível e o impossível, e se não conseguirmos á primeira, tentamos outra vez, e outra, e outra…

Mas já não vale a pena. Tens razão. Insistir para quê? Só me vou magoar ainda mais. Às vezes penso que sou de borracha, e que tudo o que é dor simplesmente bate contra mim e salta para longe. Mas não. Tens razão, sou de barro. Ao início resisto, mas uma pancada mais forte, um abalo mais doloroso, uma dor mais aguda, e fico em pedaços no chão. E depois tu vinhas colar cada pedacinho outra vez, mas depois, eles voltavam a partir. Fartaste-te de trabalhar em vão. Como eu te entendo. Mas eu quero tentar, quero continuar, mesmo que o meu futuro já esteja definido na dor. Como eu queria voltar aos velhos tempos, em que quando me aleijava, os meus pais me davam carinho e me tratavam da ferida. Porque não podemos voltar a ser crianças? A dor diminuía, mas o sentimento não.

Então vai, e faz boa viagem. Agora vejo como abusei de ti. Aqui fico, com a validade de apenas mais uma grande dor. Expirada a minha validade, este corpo ficará oco, sem vida, uma carcaça de pele, músculos, sangue e dor.

Adeus, esperança de te ter um dia, minha princesa.

Tuesday, June 9, 2009

Puppet Master

I’d say that I miss you,

But that wouldn’t be enough.

Why is it like this with you?

Why is it so though?


Here I sit, waiting,

For an answer from my heart:

Should I continue to run this race

That I’ve lost from the start?


Like a drug,

You plant your essence in my head.

I do everything you want, but then

You don’t care about the tears I shed.


You’re a puppet master

And I’m a puppet in your hand.

You play with your fingers and know

That your wish is my command


Some call it madness

Others say it’s lame

I call it devotion and love,

Because that’s the name of the game.

Wednesday, June 3, 2009

An Unsung Hero

Deep inside these dark buildings

Voices die to be heard

They tell the tales of unsung heroes

Stories that we’ve never learned.


The green fields that covered my heart

Where pain couldn’t reach my head

Disappeared under the black rain

Hurting worst than metal and lead


That color that once made me happy

Now makes me suffer and pain

Those eyes that used to heal my scars

Now make me go insane


The true heroes don’t have glory

They have pain and tears

These were the ones that gave you all

But now you want them to disappear


You captivate our weakened souls

And force our minds to move

If these walls could speak, I’d beg

That they would tell me what to do


Heroes aren’t the ones with powers

They’re the ones that endure pain

I’m done with you torturing me

So I’ll free myself of this chain

Based on "Drones" by Rise Against

Sunday, May 17, 2009

The Dark Road Ahead.

Running down on the dark road was our car, silenced by the recent events and confessions. The music flowed from the speakers, breaking the silence around us, but not the one between us.
"Why are you doing this?" she said, gripping the driving wheel stronger than necessary. "I'm not doing anything." I said, even though I knew I was. The thoughts ran through my mind, racing fast and furiously across the last few months.
We were so perfect, so happy.
"This is the best. For me. For you. For us." I said. "Or maybe just for me." I thought, as the tears started forming in her eyes.
She looked down,closing her eyes longer than usual.
Before, the only tears she drew were tears of joy. But I doubted that was the case now.
She was crying.
Then she was shouting.
Then I was shouting.
Our voices mixed with the music, questions being asked, solutions being created, even though we didn't remember the questions.
The car pressed faster through the night. The moon shined over us in the empty road.
Up ahead there was a curve.
She made no indications of slowing.

Based on "The Approaching Curve" by Rise Against.

Thursday, May 7, 2009

Drilling Feeling

"Será como se nunca tivesse existido."
Foi o que disseste.
Mas isso nunca aconteceu,
Por mais que tu quisesses.

A minha mente bloqueou-te,
E o meu coração roubaste.
Porque é que esta dor ficou?
Porque não a levaste?

Esta dor corrói-me
Bem dentro do meu peito.
Esta é a maior dor
Que alguma vez me tinham feito.

Doce ironia do destino,
Porque me queres enganar?
Com ele, estou em perigo de vida.
Sem ele, quero-me matar.

A tua voz, na minha cabeça,
Doce leveza de veludo,
Faz-me viver outro dia,
Apesar de tudo.

A minha vida balança,
Na ponta da navalha.
Vamos lançar os dados do amor,
E ver o que calha.

Não há decisão mais acertada,
Nem perigo mais evidente.
Vou seguir o meu coração,
Escolho-te a ti,para sempre.

Tu és a melodia
E eu a canção.
Juntos fazemos a musica
Do nosso coração.

Monday, May 4, 2009

Sonho

Tomo-te nos meus braços,
Minha pele toca na tua.
Ao ouvido sussurras-me:
"Tu és minha, e eu sou tua."

Os lábios tocam-se.
As mãos unem-se.
Os corações ligam-se.
As almas fundem-se.

Desde o dia mais iluminado
Ao canto mais escuro,
Não importa onde é dado
O beijo mais puro.

Teu peito encostado ao meu,
Teus braços a volta do meu pescoço.
Neste momento divino
Não há dor, não há esforço.

Pousas tua cabeça no meu ombro.
A tua pele ganha uma cor viva.
Para mim, o mundo já não é a preto e branco,
Pois tu saras-te a minha maior ferida.

As nuvens negras do meu coração
Começam-se a afastar.
Foste tu, meu raio de sol,
Que trouxeste luz a este lugar.

Sunday, May 3, 2009

Vicio Puro

Nunca mais ouvi a tua voz,
Desde a ultima vez.
Minha cabeça não trabalha,
E as lágrimas caem a meus pés.

As noites já não são tranquilas
Sem ti a meu lado.
Em vez do teu toque gelado
Sinto dor e desamparo.

Os meses passaram,
A minha vida por um fio.
Teu nome não pronuncio,
E tua cara não imagino.

Minha promessa mantive
Até finalmente perceber
Que o perigo traz a tua voz.
Essa voz, que me faz viver.

Agora, tudo farei
Para minha promessa quebrar.
Tua voz é como uma droga,
Que me dá alento para te amar.

Thursday, April 16, 2009

Pequeno Anjo

Com que sonhas, pequeno anjo,
Nessa cama deitada?
Com que sonhas, pequeno anjo,
Frágil e adoentada?

Sonhas com príncipes e donzelas
Das histórias de encantar?
Ou com as dores deste mundo,
Que teimam em não acabar?

Nessa cama repousas,
Com a tua asa quebrada.
Mesmo assim a tua pele brilha
Como pérolas encantadas.

Aqui sofro, em silencio,
Para não te acordar.
Meu coração te pertence.
Minha alma te quer guardar.

Os teus lindos olhos
Trazem lágrimas aos meus.
Hoje, o Céu está um caos,
Pois o seu anjo mais lindo perdeu.

Mas não desesperes, pequeno anjo,
Em breve voltarás a voar,
Pois não há momento em que este coração
Em ti não esteja a pensar.

E no mais longínquo recanto dos céus,
Ou onde esteja o teu sorriso,
Meu pensamento está em ti,
Meu pedaço de Paraíso.

Monday, March 30, 2009

Será normal?

Será normal que desde que chegastes, eu já receie a tua partida?
Será normal que todo o momento contigo altera a minha vida?

Será normal que, mesmo ao teu lado, eu sinta saudades?
Será normal que, ao pé de ti, não haja entraves?

Será normal que, numa multidão, a minha atenção esteja só em ti?
Será normal que te ache a rapariga mais linda que eu já vi?

Será normal que, quando foste embora, eu comecei a chorar?
É normal,não tenhas medo, é o acto de amar.

Tuesday, March 3, 2009

True Brotherhood

The night is falling,
Expectations grow.
Come on,my friends,
It's time to go.

The day has come,
When pain will cease.
Come on,my friends,
Fight for our peace.

All will fight,
None shall fall
Come on, my brothers,
Listen our call:

"Our blood will dry,
And our tears soak;
But our will of fire
Cannot be broken."

And here we stand,
Motivated and keen.
Come on,my brothers,
It's our time to win!!

Monday, February 16, 2009

Back to the Beginning

Memories return
Pain restarts
No way to escape
This panic attack

The bad days repeat
Inside my head
Those days that I
Wished to be dead

It's not o.k. to feel lonely
When I'm surrounded by everyone
I just wish I could run away
I just wish I could be gone

But I see you
Walk past me
And I hope one day
You'll set me free.

Tuesday, January 27, 2009

O Esgoto da Sociedade - Capitulo VI

Os poucos raios de sol que passam pelo cerco montado pelas nuvens negras que pairam sobre este lugar maldito iluminam aqueles dois opostos em conversação.
Rapaz e rapariga. Preto e branco. Yin e Yang. O Inferno e o Paraíso.
A curiosidade crescia nos pensamentos da rapariga. As perguntas aumentavam a um ritmo estonteante. De repente, o instinto falou mais alto que a razão. A rapariga inquiriu:
"Porquê eu?"
O rapaz sabia esta resposta de cor.
"Porque eu vejo a tua alma, a tua personalidade. Tu és diferente. Tu destacas-te de uma multidão de raparigas idiotas, superficiais e "agarradas" das modas. Até tu notas-te que a tua visão do mundo mudou. Tudo o que antes era importante, agora é banal. O que interessa e envolve a memoria curta do outros para ti é desinteressante. As pessoas repetem-se. Tudo é..."
"Igual..." completa a rapariga, chocada com a sua descoberta.
Era tudo tão estranho, mas ao mesmo tempo tão certo. Aquele rapaz - cuja cara ainda não tinha sido revelada, por estar de costas para si - parecia saber mais sobre ela do que ela própria.
De súbito, uma neblina abate-se sobre eles, tornando tudo num misto de cinzento e negro das nuvens.
O rapaz vira-se e começa a aproximar-se da rapariga. Tudo o que a rapariga vê são os seus intensos olhos verdes, aquelas esmeraldas aprisionadas pela dor e sofrimento que a congelam a cabeça e o corpo a cada passo que davam na sua direcção.
"Agora tens duas escolhas." começou o rapaz, olhando-a olhos nos olhos, bem dentro da sua alma. "Podes sair daqui, não acreditares numa palavra do que te acabei de dizer e revelar o meu esconderijo as almas penadas lá em baixo. Ou podes..."
O rapaz é silenciado pelos lábios da rapariga. O choque inicial deu lugar á retribuição do beijo. A rapariga abraçou-se a ele e carinhosamente encostou-se a ele, rompeu o beijo e pousou a sua cabeça delicadamente no ombro direito do rapaz. Uma sensação de liberdade e felicidade inundou o coração dela. À medida que apagava da sua memória tudo o que tinha tomado como certo até agora, pronunciava as palavras da sua libertação:

"Eu escolho-te a ti."

Monday, January 19, 2009

O Esgoto da Sociedade - Capitulo V

O rapaz vira-se para trás, atordoado com uma voz inesperada. Encontra a rapariga que, com a sua figura, contrasta com as nuvens negras que passam no céu. A pergunta ecoa na sua cabeça. Porquê? Porquê? Porquê?
A pergunta não é nova, e a resposta não é simples...
"Porque o destino assim ditou. Porque a chance nunca me foi dada para ser um deles. Porque mesmo que essa chance me fosse oferecida, eu nunca a aceitaria. Porque eu gosto da minha individualidade. Porque conviver com essas pobres almas penadas por "tendências", "modas" e outros afins estúpidos nesta sociedade construída a cuspe e "popularidades" seria impossível e impensável."
A rapariga ouviu cada palavra, absorvendo cada silaba, como uma esponja. Aquela realidade era inconcebível, irreal, dolorosa demais para sequer pensar. Mas o rapaz vivia nela.
"Mas porque não os aceitas como eles são?" tenta a rapariga perceber.
O rapaz dá um escasso riso, olhando para o horizonte distante.
"Eu tentei. Foram eles que não me aceitaram a mim. Um grande homem uma vez disse: "Quem torna as revoluções pacificas impossíveis, torna as revoluções violentas inevitáveis." Eles rejeitam-me por ser quem sou. Esta é, ao mesmo tempo, a minha eterna maldição e o meu maior poder.

O poder da individualidade. A revolução silenciosa..."

Wednesday, January 14, 2009

O Esgoto da Sociedade - Capitulo IV

Nuvens negras pairam sobre os restos desta "comunidade", movendo-se rapidamente, como se nem elas quisessem dar as suas sobras a este lugar desprovido de razão.
Mais abaixo,no seu poleiro predilecto, o rapaz vigia o que se passa por baixo como uma ave de rapina, analisando a competição.
No chão, a rapariga chega a decisão que está na hora de desvendar o mistério que a assola a tempo demais. Lentamente, dirigiu-se aos telhados, pensando sempre em voltar para trás. Esses pensamentos evaporaram com a aragem que passava quando ela viu o rapaz. Aqueles olhos verdes, aquelas esmeraldas amaldiçoadas, tão perto do toque... mas tão longe da alma.
A rapariga começou a aproximar-se e, passo a passo, ia formulando o que havia de dizer. Ela lidava bem com as pessoas, mas estava mais que claro que ele não era um qualquer. O rapaz, sem noção da rapariga, começa a cantar os versos que ficaram marcados no seu coração e na sua alma. Os versos que dão alento á sua cruzada:

I'm a nightmare, a disaster,
that's what they always say.
"You're a lost cause, not a hero!"
But i'll make it on my own!
I've got to prove them wrong!
They'll never bring me down!
I'll never fall in line!
I'll make it on my own!
It's me against this world!

As palavras ecoaram brevemente, a voz do rapaz cessou, e a rapariga,perante esta cena, sentiu o coração a tremer dentro do seu peito. Que dor. Que martírio. A sua boca abriu-se.

Quem?
Como?
"Porquê?"

Friday, January 9, 2009

O Esgoto da Sociedade - Capitulo III

Estaria ela a endoidecer?
No inicio, era uma rapariga normal. Tudo era lindo, todos era simpáticos e a vida tinha outro sabor. Obviamente que havia sempre as invejosas, e o seu numero foi aumentando com o crescimento da sua popularidade. Para ela, fazia sentido, e pouco se importava, pois tinha sempre alguém para lhe tratar do assunto. Mas, com o passar dos tempos, algo lhe parecia fora do vulgar.Todos parecia mais sinistros e idênticos. As diferenças únicas e caracterizantes davam lugar a estilos iguais, modos e assuntos de conversa idênticos,as roupas eram sempre as mesmas e as atitudes tornavam-se repetitivas e estúpidas.
Alem disso, parecia começar a ver coisas. Quando olhava distraidamente para um lugar escuro, dois olhos brancos olhavam directamente para ela e desapareciam imediatamente, como se por magia. Uma silhueta erguia-se em cima dos edifícios por onde passava todos os dias. Uma silhueta de um rapaz.
Quem era ele? Porque estaria ali? Porque é que o olhar dos seus olhos reflectia dor e esperança ao mesmo tempo?

"Tenho de descobrir..."

Monday, January 5, 2009

O Esgoto da Sociedade - Capitulo II

Mais um dia se passa, e cada vez mais aquela sub-sociedade se afunda nos confins da miséria humana. O rapaz, amigo das sombras e da escuridão, esgueira-se dos nojos encontrados a cada esquina. O isolamento salva-o das loucuras daquele buraco infernal esquecido por Deus.

Finalmente sozinho, no seu lugar predilecto, visiona tudo e todos, como um anjo. Um anjo negro, vingativo, rebelde e justo, mais precisamente. No entanto, está sozinho, sem apoio, sem ninguém para se depender ou para depender dele. Esse facto comia-o por dentro, impiedosamente, a cada dia que passava. Como se já não fosse suficiente aguentar tudo o que pelos seus olhos passa todos os dias a toda a hora.

No entanto, sempre havia qualquer coisa que o afastava da miséria infinita á sua volta. Olhando em volta, avistou-a rapidamente. Afinal, estava num ponto alto e, alem disso, já distinguia a sua silhueta do resto das raparigas vendidas que se passeavam com os seus trajes decadentes e pecaminosos. Sempre a achou um caso a parte, apesar de ela se passear com os cabecilhas depravados. Sempre fez julgamentos certos em relação a pessoas, já que estava habituado a desconfiar delas. No entanto, havia algo que a destacava do resto. Também, para ela era fácil sobressair-se do resto das raparigas. Cada uma era mais idiota e escrava das tendências que a ultima. Mas ela não. Ouvira também rumores, coisa que não faltava nos corredores sombrios por onde escondia, que a aclamavam como alguém de uma inteligência acima da média. Isso alegrava-o, talvez ela pudesse ver as coisas como ele via. Talvez ele lhe pudesse mostrar a sua visão privilegiada sobre o que ela considerava “bom” e ele considerava “mau”. Talvez ela o entendesse.

"Talvez…"